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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Série de estudos "Cristianismo e Liberalismo" - 1ª parte



por:
José Augusto de Oliveira Maia
11.02.2017


UMA BREVE INTRODUÇÃO AO LIBERALISMO TEOLÓGICO

A série que iniciamos aqui tem o objetivo de ser um breve estudo baseado no livro "Cristianismo e Liberalismo"(*) do teólogo presbiteriano John Greshan Machen (1.881 - 1.937), analisando as teses do Liberalismo Teológico e refutando-as de acordo com as Escrituras Sagradas, cuja versão adotada será a Nova Versão Internacional (NVI); para iniciarmos, apresentaremos aqui um breve resumo do que foi o Liberalismo Teológico e alguns dos conceitos defendidos por seus divulgadores.

O Liberalismo Teológico surgiu como segmento teológico na Alemanha do século XIX, evoluindo a partir das proposições de Imanuel Kant (1.724 - 1.804) e Georg Hegel (1.770 - 1.831), dois dos diversos filósofos que deram continuidade ao desenvolvimento da corrente filosófica iniciada no século XVII chamada de Iluminismo, que pregava a centralidade de todos os aspectos da vida no Homem, que através da razão, poderia sempre encontrar o melhor caminho a seguir e a melhor condução para a vida em sociedade.

Dentre os vários conceitos defendidos pelo Liberalismo Teológico podemos apresentar:

  • adaptação dos fundamentos evangélicos aos conceitos do pensamento moderno, de forma a torná-los mais compreensíveis ao Homem do século XIX

  • rejeição das crenças religiosas com base na autoridade; toda a crença deve ser submetida ao crivo da razão e da experiência individual; nega-se a inspiração divina das Escrituras, sua inerrância e sua autoridade

  • Deus é apresentado como sendo imanente na Criação, ou seja, presente na essência de tudo que foi criado, inclusive no Homem; nega-se a transcendência de Deus, ou seja, sua superioridade em relação à Criação; isso, por si só, levaria ao panteísmo

  • evolução da compreensão da imanência para a afirmação de um sentimento religioso universal e verdadeiro, presente em todas as religiões, baseado na paternidade universal de Deus e na fraternidade de todas as pessoas, e sobrevalorização das boas obras em detrimento da doutrina cristã

  • negação da ressurreição corpórea de Cristo, e sua consequente vitória sobre a morte; sua ressurreição é reduzida à continuidade de seu espírito; o pecado, por sua vez, pode ser vencido pela educação transformadora da sociedade, e a oração é vista como um processo terapêutico que traz ao ser humano paz, equilíbrio e estabilidade

  • a evolução humana é vista com otimismo, através do avanço da democracia, da paz mundial e do fim da segregação racial; o evangelho social deve ser apregoado de forma a salvar a sociedade, não o indivíduo

  • o reino de Deus é um estado ético de perfeição humana, da qual Jesus foi o melhor exemplo, servindo sua morte de influência moral positiva sobre aqueles que o seguem

  • a escatologia manifesta-se na obra evolutiva de Deus no Homem, em direção à salvação de todos, negando-se o castigo dos pecadores impenitentes

DEFENSORES E REFUTADORES DO LIBERALISMO TEOLÓGICO

Dentre aqueles teólogos que defenderam o Liberalismo Teológico, podemos citar Horace Bushnell (1.802 - 1.876), pastor congregacional que apregoava a transformação dos jovens em cristãos através de um sistema educacional baseado na fé cristã, considerando a experiência de conversão pessoal a Cristo como algo desnecessário; outros, como John H. Vincent (1.832 - 1.920) e Charles E. Briggs (1.841 - 1.913), também colaboraram na expansão liberal, adotando os conceitos de Bushnell ao ensino bíblico nas igrejas o primeiro, e refutando a doutrina da inerrância e autoridade bíblicas o segundo.

Teólogos ortodoxos e fiéis às Escrituras levantaram um duro combate contra o Liberalismo Teológico, como Archibald Alexander Hodge (1.823 - 1.886) e Benjamin B. Warfield (1.851 - 1.921) que defendiam a inspiração e a inerrância da Bíblia, e John Greshan Machen (1.881 - 1.937), que em seus trabalhos, especialmente em seu livro "Cristianismo e Liberalismo", defendeu diversas doutrinas fundamentais à fé cristã; sobre este autor e seu trabalho continuaremos falando em nosso próximo estudo.


(*) MACHEN, John Greshan "Cristianismo e Liberalismo" - Shedd Publicações - tradução Caio Cesar Dias Peres - 1ª edição - 2012

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