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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Série de estudos "Cristianismo e Liberalismo" - 5ª parte


por:
José Augusto de Oliveira Maia
16.09.2017




INTRODUÇÃO

Em nosso último estudo(*), encontramos o autor defendendo a importância da doutrina e de seu ensino para o Cristianismo, desde os tempos apostólicos, contrariando o indiferentismo doutrinário pregado pelo Liberalismo Teológico (LT); sobre a definição de doutrina, Machen afirma que "o estabelecimento do evento, com o seu significado, era uma doutrina" (página 30); assim, ele demonstra que o repúdio à doutrina não era um repúdio à Reforma do século XVI tão somente, mas era a rejeição do ensino mais fundamental deixado por Cristo e seus apóstolos.

E então temos a proposta de analisarmos os ensinos do LT em comparação à doutrina cristã, demonstrando a distância intransponível entre a fé pregada por cada um deles.

DEUS E O HOMEM

Na base da mensagem do Evangelho, estão duas doutrinas fundamentais: a doutrina sobre Deus e a doutrina sobre o Homem; e sobre estas duas doutrinas, cristianismo e liberalismo situam-se em campos opostos. 

O LT diz que o conhecimento de Deus não é necessário à fé, e que a teologia contribui negativamente para a religião; em lugar de conhecer a Deus, nossa preocupação deveria ser apenas sentir a sua presença.

Em resposta a isso, Machen opõe a própria realidade dos relacionamentos humanos; a afeição que nutrimos por um amigo baseia-se em tudo o que conhecemos sobre ele, informações que ficam em nossa memória; "(...) se a afeição humana é assim tão dependente de conhecimento, por que seria diferente com o supremo relacionamento pessoal que é a base da religião? Por que deveríamos ficar indignados quando nossos amigos são difamados, enquanto, ao mesmo tempo, devemos permanecer calmos quando Deus sofre as piores difamações? Com certeza, faz toda a diferença o que pensamos sobre Deus; o conhecimento de Deus é a própria base da religião." (páginas 51, 52).

Assim, parte-se imediatamente para a questão seguinte, que é: como podemos conhecer a Deus?

Para os pregadores liberais ao tempo de Machen, todo o conhecimento de Deus vem só através de Jesus; mas, embora pareça uma afirmação correta e cristã, ela fica aquém da realidade que encontramos no Evangelho; "Pois Jesus mesmo, claramente, reconheceu a validade de outras maneiras de conhecer a Deus, e ao rejeitar essas outras maneiras estamos rejeitando o que está no centro de sua vida." (página 52); três exemplos sobre isso aqui nos bastam:

a) Jesus via a mão de Deus na provisão de toda sua Criação (Mateus 6:25 - 34)

b) Jesus encontrava reflexos de Deus na lei moral presente no coração humano (Lucas 13:10 - 17)

c) Jesus encontrava Deus revelado nas Escrituras do Antigo Testamento, citando algumas passagens (Mateus 4:4, 7, 10; Lucas 4:14 - 21; 19:46)

Assim, conforme Machen expressou em seu livro, "Dizer que a revelação de Deus era inválida, ou que é inútil para nós hoje, é o mesmo que desprezar as coisas mais próximas à mente e ao coração de Jesus." (página 52).

Mesmo estando presente na pessoa de Jesus, o conhecimento de Deus necessariamente antecede essa revelação específica de Deus; "simplesmente dizer que 'Jesus é Deus' não tem sentido, a não ser que a palavra 'Deus' tenha um significado antecedente atrelado a ela. E o atrelamento de um significado à palavra 'Deus' é possível pelos meios que acabaram de ser mencionados. (...) os discípulos a quem Jesus se dirigia já tinham um conceito bem definido de Deus; o conhecimento do Ser Supremo estava pressuposto em tudo que Jesus disse. No entanto, os discípulos não queriam somente um conhecimento de Deus, eles também queriam um contato pessoal. E esse contato aconteceu por meio de Jesus. Ele revelou, de uma maneira magnificamente pessoal, o caráter de Deus, mas essa revelação somente obteve seu verdadeiro significado sobre a base da herança do Antigo Testamento e do próprio ensino de Jesus." (página 52, 53); veja João 14:8 - 11.

Contra a afirmação dos liberais de que o conhecimento de Deus deve ser prático, e não teórico, Machen argumenta que não há como construir um relacionamento e um conhecimento prático sobre Deus sem o conhecimento teórico, baseado na revelação de Deus (e novamente aqui vemos a importância da doutrina); em outras palavras, como construir um conhecimento prático de Deus sem o conhecimento daquilo que Ele revelou sobre si mesmo?

"O que ser quer dizer com o conhecimento 'prático' de Deus, na fala moderna, não é um conhecimento de Deus, que é tanto teórico como também prático, mas um conhecimento prático que não é teórico - em outras palavras, um conhecimento que não dê nenhuma informação sobre a realidade objetiva, um conhecimento que não é conhecimento de maneira nenhuma. (...) A relação de Jesus com seu Pai celestial não era uma relação com uma bondade vaga e impessoal; não era uma relação com uma aparência de forma pessoal e simbólica. Pelo contrário, era uma relação com uma Pessoa real cuja existência era tão definida, e tão sujeita ao conhecimento teórico objetivo, como a existência dos lírios dos campos vestidos por Deus." (página 53).

O CONCEITO LIBERAL DE DEUS COMO PAI

Buscando o conhecimento "prático" de Deus, os pregadores liberais destacam de forma indevida o conceito de Deus como Pai; embora presente nos ensinos de Jesus sobre Deus, o ensino liberal distorce o foco do ensino sobre a paternidade de Deus trazido por Jesus; "Não estamos interessados, dizem eles, em muitas coisas pelas quais os Homens deram suas vidas anteriormente; não estamos interessados na teologia dos credos; não estamos interessados nas doutrinas do pecado e da salvação; não estamos interessados na expiação por meio do sangue de Cristo; para nós é suficiente a simples verdade da paternidade de Deus, e seu conceito consequente, a irmandade dos Homens. Podemos não ser muito ortodoxos de acordo com a teologia, continuam dizendo, mas é claro que vocês nos reconhecerão como cristãos, pois aceitamos o ensino de Jesus sobre Deus Pai." (página 55).

No entanto, Machen refuta o ensino liberal sobre a paternidade de Deus:

* tal ensino não está presente na parábola do filho pródigo (Lucas 15); com certeza, aqueles publicanos e pecadores que estavam presentes ouvindo esta parábola faziam parte de Israel, e neste sentido, poderiam ser vistos como filhos de Deus; além disto, a parábola termina com a redenção do filho pródigo somente após o arrependimento, o que implica numa condicionante para sua redenção

* também não está presente no sermão do monte, no qual Deus é apresentado como cuidador de todos (Mateus 5:44,45), até daqueles que O rejeitam, mas não como Pai de todos; "Na verdade, quase poderia ser dito que o ponto central da passagem depende do fato de que ele não é o Pai de todos. Ele cuida mesmo daqueles que não são seus filhos, mas seus inimigos; portanto, seus filhos, os discípulos de Jesus, devem imitá-lo ao amar até mesmo aqueles que não são seus irmãos, mas seus perseguidores. A doutrina moderna da paternidade universal de Deus não pode ser encontrada nos ensinos de Jesus." (página 56).

* no restante do Novo Testamento, "Aqui e ali, a terminologia de paternidade e filiação é até usada para descrever esse relacionamento geral. Mas essas ocorrências são extremamente raras. Geralmente, o elevado termo 'Pai' é usado para descrever um relacionamento de um tipo muito mais íntimo, o relacionamento no qual Deus se mantém em companhia dos redimidos." (página 57).

DEUS E O HOMEM NO LIBERALISMO MODERNO

O conceito liberal sobre a pessoa de Deus não só difere da doutrina cristão sobre a paternidade de Deus; a transcendência de Deus, presente nas Escrituras Sagradas, é negada pelo L. T..

"De capa a capa, a Bíblia tem o interesse de estabelecer a grande distância que separa a criatura do Criador. Obviamente, é verdade, de acordo com a Bíblia, que Deus é imanente ao mundo. Nenhum pardal cai em terra sem o seu consentimento. Porém, Deus não é imanente ao mundo por estar identificado com ele, mas por que ele é o seu livre Criador e Sustentador. Entre a criatura e o Criador existe uma grande distância.

No liberalismo moderno, por outro lado, essa distinção tão aguda entre Deus e o mundo é totalmente destruída, e o nome 'Deus' é aplicado no próprio processo natural. Encontramo-nos em meio a um grande processo que se manifesta naquilo que é extremamente pequeno e naquilo que é extraordinariamente grande - na infinitésima vida revelada através do microscópio e nos vastos movimentos de esferas celestiais. A esse processo natural do qual nós mesmos fazemos parte, aplicamos o temível nome 'Deus'. Dessa forma, portanto, Deus não é uma pessoa distinta de nós; pelo contrário, nossa vida é uma parte da vida dele. Assim, a história da encarnação, de acordo com o liberalismo moderno, às vezes é pensada como um símbolo de uma verdade geral, de que o Homem, em seu nível mais elevado, é um com Deus.

É interessante como a representação das coisas pode ser considerada algo novo, pois a realidade é que o panteísmo é um fenômeno bastante antigo. Ele sempre esteve conosco para arruinar a vida religiosa do Homem. O liberalismo moderno possui características de uma cosmovisão(1) panteísta, mesmo não sendo consistentemente panteísta. Sua tendência é se desfazer, em todos os lugares, da separação existente entre Deus e o mundo, e da precisa distinção pessoal entre Deus e o Homem. Mesmo o pecado do Homem, pela lógica dessa visão, deve ser considerado como parte da vida de Deus. Muito diferente é o Deus vivo e santo da Bíblia e da fé cristã." (páginas 58 e 59).

A NEGAÇÃO DO PECADO PELO LIBERALISMO TEOLÓGICO

De acordo com nosso autor, "O liberalismo moderno perdeu todo o senso de distância que separa a criatura do Criador; sua doutrina sobre o Homem flui naturalmente de sua doutrina sobre Deus. Não são somente as limitações da Humanidade, como criatura, que são negadas. Ainda mais importante é outra diferença. De acordo com a Bíblia, o Homem é um pecador debaixo da justa condenação de Deus; de acordo com o liberalismo moderno, não existe algo como o pecado. Na raiz do movimento liberal moderno está a perda da consciência do pecado." (página 59).

Assim, a distinção cristã entre a criatura, Homem, e o Criador, Deus, foi sendo abandonada pelo L. T., alegando-se a existência de uma bondade natural no ser humano, na qual todos deveriam confiar; e como fruto deste processo, a pecaminosidade humana e suas consequências foram negadas; Machen passa então a analisar o processo de remoção da consciência de pecado.

"O que se produziu com essa satisfação na bondade humana? O que aconteceu com a consciência do pecado? Definitivamente a consciência do pecado acabou. Mas o que a removeu dos corações das pessoas?" (página 59)

* primeiro, Machen cita o abandono da cosmovisão cristã, sendo substituída na segunda metade do século XIX por uma cosmovisão pagã; "Paganismo é aquela cosmovisão que encontra o objetivo mais elevado para a existência humana no desenvolvimento de saudáveis, harmoniosas e deleitosas habilidades já existentes. Muito diferente é o ideal cristão. O paganismo é otimista quanto à imaculável natureza humana, enquanto o cristianismo é a religião do coração arrependido." (página 60)

* em resposta a esta situação, o escritor apresenta os fundamentos da mensagem do Evangelho sobre os quais a fé cristã é construída; "(...) cristianismo significa que o pecado é enfrentado de uma vez por todas, e lançado eternamente, pela graça de Deus, nas profundezas do mar. O problema do paganismo da Grécia antiga, assim como do paganismo dos tempos modernos, não está em suas construções, pois eram gloriosas, mas em sua fundação, que era podre. Havia sempre algo a ser encoberto; o entusiasmo do arquiteto era mantido, somente, pela ignorância da incômoda existência do pecado. No cristianismo, por outro lado, nada precisa ser encoberto. A existência do pecado é enfrentada diretamente de uma vez por todas pela graça de Deus. Então, após o pecado ter sido removido pela graça de Deus, o cristão pode caminhar na busca por desenvolver jubilosamente todas as habilidades que Deus lhe deu. Assim é que o humanismo cristão é tão mais elevado - um humanismo fundamentado não no orgulho humano, mas na graça divina. Ainda que o cristianismo não termine com o coração arrependido, ele começa, sim, com o coração arrependido; começa com a consciência do pecado. Sem a consciência do pecado, todo o Evangelho será visto como uma história inútil." (página 61).

Assim, Machen resgata a importância da pregação tanto da Lei de Deus quanto do Evangelho, de forma a conclamar os Homens ao arrependimento, e apresentar a Humanidade a salvação em Cristo.

"Se a consciência do pecado deve ser produzida, a lei de Deus deve ser proclamada na vida dos cristãos, por meio de palavras. É inútil o pregador lançar fogo e brasas do púlpito, se ao mesmo tempo as pessoas assentadas nos bancos da igreja não levarem o pecado a sério, e permanecerem satisfeitas com os padrões morais do mundo. Aqueles que estão na igreja devem fazer sua parte, e proclamar a lei de Deus por meio de suas vidas, a fim de que os segredos dos corações das pessoas sejam revelados." (páginas 61 e 62)

A pregação da Lei de Deus deve denunciar o pecado, assim como a pregação sobre a graça divina deve proclamar a salvação de Deus para o Homem; a atuação do Espírito Santo honrará a fiel proclamação da Palavra de Deus, trazendo pecadores ao arrependimento.

E é justamente neste ponto que Machen dará sequência ao seu livro, com as doutrinas cristãs sobre a Palavra de Deus, a Bíblia, tema de nosso próximo estudo. 


(*) MACHEN, John Greshan "Cristianismo e Liberalismo" - Shedd Publicações - tradução Caio Cesar Dias Peres - 1ª edição - 2012

(1) a definição do termo "cosmovisão" pode ser apresentada da seguinte forma: "Modo pelo qual a pessoa vê ou interpreta a realidade. A palavra alemã é weltanschau-ung, que significa um ‘mundo e uma visão da vida’, ou ‘um paradigma’. É a estrutura por meio da qual a pessoa entende os dados da vida. Uma cosmovisão influencia muito a maneira em que a pessoa vê Deus, origens, mal, natureza humana, valores e destino." (fonte: https://www.internautascristaos.com/textos/artigos/cosmovisao-o-que-e, acessado em 15.11.2017, citando GEISLER, Norman L. Enciclopédia de apologética. São Paulo, SP: Editora Vida, 2002. p.188)


https://www.clubedeautores.com.br/book/165560--Para_voce_que_AINDA_nao_conhece_a_Biblia#.WR99pOsrLIU

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Serie de estudios "Cristianismo y Liberalismo" - parte 4


por:
José Augusto de Oliveira Maia
06/08/2017


LA CUESTIÓN DE LA DOCTRINA

Dando continuidad al estudio del libro "Cristianismo y Liberalismo" (*), encerramos el último estudio (tercer parte) con el autor preocupándose en rescatar los verdaderos principios y valores del cristianismo y su fundamento, como forma de reconducir a la gente a la Gracia de Dios; así, nos volvemos ahora al fundamento doctrinal de la fe cristiana.

El intento sistemático de rechazo a la doctrina

A principios del siglo XX, época em que publicó su libro, Machen constataba que la apertura de espacio al Liberalismo Teológico (LT) y sus enseñanzas por los seminarios se extendió a las Iglesias, haciendo la fidelidad a la Verdad aún más necesaria; esta necesidad se hacia aún mayor por el hecho de que mientras los profesores divulgaban libremente sus ataques a las doctrinas cristianas en el ambiente académico, dentro de las Iglesias mantenían las apariencias, divulgando las enseñanzas del LT de forma sutil.

El sutil repudio a la preocupación por la doctrina se manifestaba de la siguiente forma, según Machen: "En general, encontramos una objeción: 'La enseñanza no es importante, por lo tanto, la exposición de la enseñanza del liberalismo y del cristianismo do debe provocar ningún interés en nuestros dias; las creencias son meras expresiones mutables de una experiencia cristiana unitaria, y si ellas se toman como maneras de expresar esas experiencias, entonces, son todas igualmente buenas. Así, la enseãnza del Liberalismo puede estar lo más alejada posible de la enseãnza del Cristianismo y al final, ambos todavía se consideren lo mismo.'." (página 22).

De esta forma, la indiferencia acerca de la importancia de la doctrina penetraba el ambiente eclesiástico y minaba la enseñanza de la Palabra de Dios; sin embargo, el rechazo de las doctrinas cristianas fundamentales venía acompañado de la firme adhesión a doctrinas diametralmente opuestas (p. ej. la paternidad universal de Dios y la hermandad universal de todos los hombres); sin embargo, de acuerdo con el concepto cristiano, la creencia no es una simples expresión de una experiencia, sino la definición de hechos sobre los que se basa la experiencia.

Nuestro autor también denuncia como falsa la afirmación de que el cristianismo no es un conjunto de doctrinas, sino un estilo de vida; la fe cristiana es un fenómeno histórico basado en hechos reales, pasibles de investigación histórica, sobre los cuales los fundadores del cristianismo establecieron sus enseãnzas, debidamente documentadas, que componen su cuerpo doctrinal; las epístolas de Pablo registran de forma clara las informaciones históricas que están en la base del cristianismo, y demuestran de forma evidente que, más que un estilo de vida, o un programa de deberes, la vida cristiana se basa en un relato de hechos, es decir, en una doctrina.

La definición de doctrina en el cristianismo

Al tiempo de la Iglesia Primitiva, la preocupación por la doctrina era fundamental entre los apóstoles; si, por un lado, Pablo aceptaba tolerantemente a aquellos que anunciaban el Evangelio por uma motivación incorrecta (Filipenses 2:12 - 18), también condenaba de forma enfática a aquellos que enseñaron a los gálatas un falso evangelio (Gálatas 1:9); "Él estaba convencido de la verdad objetiva del mensaje del Evangelio, y la devoción a esa verdad era la gran pasión de su vida. Cristianismo para Pablo no era sólo un estilo de vida, sino también una doctrina, que obviamente vino primero." (páginas 25, 26).


"De vez en cuando, el predicador liberal moderno procura producir una impresión opuesta, citando palabras de Pablo fuera de su contexto, e inerpretando de una manera totalmente distinta del sentido original. La cuestión es que es difícil ignorar a Pablo. El liberal moderno desea producir en las mentes cristianas simples, y en su propia mente, una impresión de que hay algún tipo de continuidad entre el liberalismo moderno y el pensamiento y la vida del gran apóstol, pero la impresión es totalmente engañosa. Pablo no estaba interesado sólo en los principios éticos de Jesús; no estaba interesado sólo en los principios generales de la religión o de la ética, sino que estaba interesado en la obra redentora de Cristo y en sus efectos sobre nosotros." (página 27, 28).

Otro peligro para el cual Machen alerta es el intento de los liberales de separar a Pablo del cristianismo primitivo, alegando que él había introducido "un principio absolutamente nuevo en el movimento cristiano, o incluso que fue fundador de una nueva religión" (página 28); nuestro autor afirma que estos intentos fracasaron, ante la unidad existente entre sus enseñanzas y las de los primeros apóstoles, como queda evidente en I Coríntios 15:3 - 7; Gálatas 2:7 - 9; II Pedro 3:14 - 16. La enseñanza de Pablo y de la iglesia primitiva no se basaba en una paternidad universal de Dios y en la hermandad universal de los Hombres, o en una simple admiración del carácter de Jesús. "Cristo murió por nuestros pecados, según las Escrituras, y fue espultado, y resucitó al tercer día, según las Escrituras; desde el principio, el Evangelio cristiano, como implica el nombre 'Evangelio' o 'buenas nuevas', consiste en algo que sucedió. Y desde el principio, el significado del lo que ocurrió fue establecido, y cuando el significado fue establecido, surgió la doctrina cristiana. 'Cristo murió' - eso es una referencia histórica; 'Cristo murió por nuestros pecados' - eso es una doctrina. Sin estos dos elementos, unidos de una manera indisoluble, no existe cristianismo." (páginas 28, 29).

Sin embargo, el mensaje del Evangelio va más allá de la muerte de Cristo; sin duda, su muerte tendría sobre sus discípulos un efecto devastador, dada la gran esperanza que tres años de convivencia habrían inspirado en ellos; sin embargo, pocos días después de la crucifixión algo sucedió que cambiaría sus vidas de forma radical y permanente; "La gran arma, con la que los discípulos de Jesús vendrían a conquistar el mundo, no era una mera comprensión de principios eternos, sino un mensaje histórico, un relato de algo que había ocurrido recientemente: el mensaje 'El resucitó'." (página 30).

La asociación de la resurrección de Jesús con los eventos que marcaron su muerte y con toda su vida ahora tiene un nuevo sentido; "La Iglesia Primitiva no sólo estaba interesada en lo que Jesús habló, sino primero en lo que Jesús hizo. El mundo sería redimido por la proclamación de un acontecimiento, y con el acontecimiento, seguía su significado; y el establecimiento del evento, con su significado, es una doctrina. Estos dos elementos estaban siempre juntos en el mensaje cristiano. La narración de los hechos es un factor histórico, la narración de los hechos con su significado es doctrina. 'Padeció bajo Poncio Pilatos, fue crucificado, muerto y sepultado' - eso es historia. 'Él me amó y se entregó por mí' - eso es doctrina. Así era el Cristianismo de la Iglesia Primitiva." (página 30).

La Iglesia Primitiva basaba entonces su enseñanza y su predicación en un evento y en la proclamación de su significado; esto no es diferente de lo que Jesús hacía, cuando predicaba: '¡Arrepentíos, porque el Reino de Dios está cerca!' (Marcos 1:15); Jesús proclamaba la venida del Reino, es decir, un acontecimiento futuro; la única diferencia entre la predicación de Jesús y la de la Iglesia era que para él el acontecimiento era futuro, mientras que para sus discípulos, era un acontecimiento que, en parte, ya había ocurrido; sin embargo, tanto uno y otro se basaban en la ocurrencia de un evento.

"Lo que deseamos observar es que Jesús, ciertamente, no se limitó al anuncio de principios morales permanentes; él proclamó un acontecimiento venidero, y no lo hizo sin dar ninguna explicación sobre su significado, pero cuando él dio esa explicación, no importa cuán ligera la explicación fue, él estaba sobrepasando la línea que separa una religión sin dogmas, o incluso una religión dogmática que enseñe principios eternos, de una que está arraigada en el significado de hechos históricos específicos; él estaba estableciendo un gran abismo entre sí y el Liberalismo filosófico moderno que incorrectamente se identifica con su nombre." (página 33).

La autoridad divina de Cristo

Otra manera como Jesús fundaba su enseñanza está en la proclamación de sí mismo como el Mesías; aunque esta afirmación de Jesús sobre sí mismo sea contestada por el LT, tal contestación no tiene sentido, una vez que los discípulos mantuvieron esta proclamación a partir de la constatación de Su resurrección; es en el Sermón del Monte que tenemos el mejor ejemplo de esto, cuando Jesús repetidamente dice: "Pero les digo a ustedes"; esta no es la palabra de un simple profeta o de un maestro solamente, sino de alguien que legisla con su propia autoridad sobre el Reino de Dios.

Otro ejemplo de la proclamación de Jesús como Mesías encontramos en Mateo 7:21 - 23; contra la presentación de los falsos profetas de los signos y las maravillas por ellos realizados "en el nombre de Jesús", la condenación de Cristo es clara: "Nunca os conocí, apartaos de mí, obradores de maldad." La condenación de ellos depende de la palabra proferida por Cristo, cosa que ningún profeta o maestro podría reclamar, sino sólo el Mesías.

Cuando Jesús dijo: 'Venid a mí, todos los que estáis cansados y sobrecargados y yo os alivié.', Él no estaba hablando como un filósofo que llama a sus pupilos a su escuela, sino como aquel que poseía ricos depósitos de la gracia divina. Al menos eso los discípulos conocían, ellos sabían, en sus corazones, que no tenían el derecho de estar en el Reino, sabían que sólo Jesús podía conquistar su entrada allí, no tenían pleno conocimiento de cómo Jesús podía hacerlos hijos de Dios, pero sabían que él, y sólo él, era capaz de hacerlo. En esta confianza estaba la esperanza de toda la teología de los credos cristianos. (página 38).

Respondiendo al rechazo doctrinário

En contra de la afirmación de que la Regla de Oro del Sermón del Monte es todo lo que necesitamos, Machen opone la afirmación de que si ni la Ley Mosaica pudimos cumplir, como atenderíamos a los requisitos de justicia expuestos por Jesús en el Sermón del Monte, los cuales exigen un corazón transformado, un nuevo nacimiento? Tal patrón de justicia lleva al pecador condenado al pie de la cruz.

Sin embargo, los teólogos liberales rechazan el énfasis doctrinal defendiendo un retorno a la fe simple de los hombres de Galilea en la persona de Jesús; pero la cuestión es que la persona de Cristo ya no está al alcance de nuestros ojos y oídos como estaba a los de los discípulos; "No estamos más reviviendo las vidas de Pedro, Santiago y Juan, estamos viviendo nuestras propias vidas de nuevo, con nuestros propios problemas, nuestra propia miseria y nuestro propio pecado, y aún estamos buscando nuestro propio Salvador."(página 40).

Y no fue la simple memoria de la persona de Jesús que arrancó a los discípulos del miedo, pero el mensaje de Su resurrección les dio y a nosotros un Salvador vivo! Sin embargo, al saber que Jesús está vivo, ¿cómo podemos recibir sus beneficios, así como recibieron aquellos que estaban con Él en Galilea? Este es precisamente el mensaje del Evangelio; al saber de lo que Jesús hacía, descubrimos no sólo que Jesús salvó a los demás, sino que también nos salvó a nosotros. "Él hizo algo aún mayor por nosotros - él murió. Nuestra terrible culpa, la condenación de la ley de Dios, fue borrada por un acto de la gracia de Dios. Este es el mensaje que trae a Jesús cerca de nosotros, haciéndolo más que sólo un Salvador para las personas de Galilea de mucho tiempo atrás, pero el mío y su Salvador."  (página 42). Así, es el relato de la muerte y resurrección de Jesús, junto con su significado, que "contiene la profunda teología de la redención por medio de la sangre de Cristo. La doctrina cristiana está en las propias raíces de la fe." (página 42).

El ataque del LT, que parece concentrarse en las sutiles controversias teológicas de los siglos XVI y XVII, después de la Reforma, parece sin grandes consecuencias a los ojos de los miembros de las iglesias; pero ahí está un peligroso error: "lo que se cuestiona en la teología de la iglesia también está en la esencia del Nuevo Testamento. Al final, el ataque no es al siglo XVII, sino contra la Biblia y el propio Jesús. (página 43).

El ataque al desarrollo teológico de 20 siglos de historia cristiana es tan peligroso en cuanto al ataque, en cualquier rama de la ciencia, al trabajo y a los descubrimientos de generaciones pasadas; así como no es posible hacer ciencia hoy rechazando el conocimiento acumulado a lo largo de los siglos hasta el presente, de la misma forma es imposible predicar un Evangelio digno de este nombre si rechazamos el largo y difícil trabajo teológico a lo largo de los siglos construido sobre las páginas del Nuevo Testamento; "el predicador liberal está rechazando el homoousion del Credo de Nicea, así como las simples palabras de Pablo: 'Que me amó y se entregó por mí'. Porque la palabra 'doctrina' no se usa de la manera más específica, sino de la manera más amplia. El predicador liberal está rechazando todo el fundamento del Cristianismo, que es una religión fundamentada en hechos, no en aspiraciones. Aquí se encuentra la diferencia real entre el Liberalismo y el Cristianismo: el Liberalismo es totalmente imperativo, mientras que el Cristianismo comienza con un indicativo; el Liberalismo apela al arbitrio del Hombre, mientras que el Cristianismo, en primer lugar, anuncia el acto gracioso de Dios." (página 44).

Así, en primer lugar, Machen afirma que es la proclamación de las verdades bíblicas sobre Cristo que conduce el Hombre a la salvación y a la liberación del pecado; meras consideraciones sobre principios generales sobre cómo las personas deben vivir no lo hacen; el testimonio del Evangelio, de vidas realmente transformadas por este mensaje, sigue causando impacto como causaba en la sociedad palestina hace 2.000 años.

En segundo lugar, Machen defiende que es posible mantener la comunión entre cristianos, a pesar de pequeñas diferencias de opinión sobre puntos secundarios de doctrina; así, parte de los problemas dentro de la iglesia evangélica en general no tenía su origen en divergencias doctrinales entre cristianos, sino en el embate entre la comunidad cristiana en general y aquellos que niegan el cristianismo con base en el naturalismo.

"(...) el servicio cristiano consiste, en primer lugar, en la propagación de un mensaje, y la comunión cristiana, específicamente, sólo existe entre aquellos para os cuales el mensaje se ha convertido en la base misma de toda la vida." (página 49).

De esta forma, Machen propone un examen de las enseñanzas del LT, que comparadas con las doctrinas fundamentales cristianas, revelará la oposición abierta entre los dos enseñanzas.



(*) - MACHEN, John Greshan "Cristianismo y Liberalismo" - Shedd Publicaciones - traducción de Caio Cesar Dias Peres - 1ª edición - 2012 (Brasil)

domingo, 25 de junho de 2017

Série de estudos "Cristianismo e Liberalismo" - 4ª parte


por:
José Augusto de Oliveira Maia
25.06.2017


A QUESTÃO DA DOUTRINA

Dando continuidade ao estudo do livro "Cristianismo e Liberalismo"(*), encerramos o último estudo (3ª parte) com o autor preocupando-se em resgatar os verdadeiros princípios e valores do cristianismo e seu fundamento, como forma de reconduzir as pessoas à Graça de Deus; assim, voltamo-nos agora para o fundamento doutrinário da fé cristã.

A tentativa sistemática de rejeição à doutrina

No início do século XX, época em que publicou seu livro, Machen constatava que a abertura de espaço ao Liberalismo Teológico (LT) e seus ensinos pelos seminários estendeu-se às Igrejas, tornando a fidelidade à Verdade ainda mais necessária; esta necessidade fazia-se ainda maior pelo fato de que enquanto os professores divulgavam livremente seus ataques às doutrinas cristãs no ambiente acadêmico, dentro das igrejas mantinham as aparências, divulgando os ensinos do LT de forma sutil.

O sutil repúdio à preocupação com doutrina manifestava-se da seguinte forma, segundo Machen: "De forma geral, encontramos uma objeção: 'O ensino não é importante, portanto, a exposição do ensino do Liberalismo e do Cristianismo não deve provocar nenhum interesse, hoje em dia; crenças são meras expressões mutáveis de uma experiência cristã unitária, e se elas são tidas como maneiras de expressar essas experiências, então, são todas igualmente boas. Assim, o ensino do Liberalismo pode estar o mais longe possível do ensino do Cristianismo, e no fim, ambos ainda serem considerados a mesma coisa.'." (página 22).

Dessa forma, a indiferença acerca da importância da doutrina penetrava o ambiente eclesiástico e minava o ensino da Palavra de Deus; no entanto, a rejeição das doutrinas cristãs fundamentais vinha acompanhada da firme adesão a doutrinas diametralmente opostas (ex.: paternidade universal de Deus e a irmandade universal de todos os Homens); no entanto, de acordo com o conceito cristão, a crença não é uma simples expressão de uma experiência, e sim a definição de fatos sobre os quais a experiência é baseada.

Nosso autor também denuncia como falsa a afirmação de que o cristianismo não é um conjunto de doutrinas, e sim um estilo de vida; a fé cristã é um fenômeno histórico baseado em fatos reais, passíveis de pesquisa histórica, sobre os quais os fundadores do Cristianismo estabeleceram seus ensinamentos, devidamente documentados, que compõem seu corpo doutrinário; as epístolas de Paulo registram de forma clara as informações históricas que estão na base do Cristianismo, e demonstram de forma evidente que, mais do que um estilo de vida, ou um programa de deveres, a vida cristã baseia-se em um relato de fatos, isto é, em uma doutrina. 

A definição de doutrina no cristianismo

Ao tempo da Igreja Primitiva, a preocupação com doutrina era fundamental entre os apóstolos; se, por um lado, Paulo aceitava tolerantemente aqueles que anunciavam o Evangelho por uma motivação incorreta (Filipenses 1:12 - 18), também condenava de forma enfática aqueles que ensinaram aos gálatas um falso evangelho (Gálatas 1:9); "Ele estava convencido da verdade objetiva da mensagem do Evangelho, e devoção a essa verdade era a grande paixão de sua vida. Cristianismo para Paulo não era somente um estilo de vida, mas também uma doutrina, que obviamente veio primeiro." (páginas 25, 26).

"De vez em quando, o pregador liberal moderno procura produzir um impressão oposta, citando palavras de Paulo fora de seu contexto, e interpretando-as de uma maneira totalmente diferente do sentido original. A questão é que é difícil ignorar Paulo. O liberal moderno deseja produzir nas mentes cristãs simples, e em sua própria mente, uma impressão de que há algum tipo de continuidade entre o Liberalismo moderno e o pensamento e vida do grande apóstolo. Mas a impressão é totalmente enganosa. Paulo não estava apenas interessado nos princípios éticos de Jesus; não estava somente interessado nos princípios gerais da religião ou da ética. Pelo contrário, estava interessado na obra redentora de Cristo e em seus efeitos sobre nós." (páginas 27, 28).

Um outro perigo para o qual Machen alerta é a tentativa dos liberais de separar Paulo do Cristianismo primitivo, alegando que ele havia tentado introduzir "um princípio absolutamente novo no movimento cristão, ou mesmo que foi o fundador de uma nova religião" (página 28); nosso autor afirma que essas tentativas fracassaram, diante da unidade existente entre seus ensinos e os dos primeiros apóstolos, como fica evidente em I Coríntios 15:3 - 7Gálatas 2:7 - 9II Pedro 3:14 - 16. O ensino de Paulo e da Igreja Primitiva não se baseava em uma paternidade universal de Deus e na irmandade universal dos Homens, ou em uma simples admiração do caráter de Jesus; "'Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; e foi sepultado; e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras'; desde o início, o Evangelho cristão, como implica o nome 'Evangelho' ou 'boas novas', consiste em algo que aconteceu. E desde o início, o significado do que aconteceu foi estabelecido, e quando o significado foi estabelecido, surgiu a doutrina cristã. 'Cristo morreu' - isso é uma referência histórica; 'Cristo morreu pelos nossos pecados' - isso é uma doutrina. Sem esses dois elementos, unidos de uma maneira indissolúvel, não existe Cristianismo." (páginas 28, 29).

No entanto, a mensagem do Evangelho vai além da morte de Cristo; sem dúvida, Sua morte teria sobre Seus discípulos um efeito devastador, dada a grande esperança que três anos de convívio teriam inspirado neles; porém, poucos dias após a crucificação algo aconteceu que mudaria a vida deles de forma radical e permanente; "A grande arma, com a qual os discípulos de Jesus viriam a conquistar o mundo, não era uma mera compreensão de princípios eternos, mas uma mensagem histórica, um relato de algo que havia acontecido recentemente: a mensagem 'Ele ressuscitou'." (página 30).

A associação da ressurreição de Jesus com os eventos que marcaram Sua morte e com toda Sua vida agora tem um novo sentido; "A Igreja Primitiva não estava somente interessada naquilo que Jesus falou, mas primeiramente naquilo que Jesus fez. O mundo seria redimido pela proclamação de um evento; e com o evento, seguia o seu significado; 
e o estabelecimento do evento, com o seu significado, era uma doutrina. Esses dois elementos estavam sempre juntos na mensagem cristã. A narração dos fatos é um fator histórico; a narração dos fatos com o seus significados é doutrina. 'Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado' - isso é história. 'Ele me amou e se entregou por mim' - isso é doutrina. Assim era o Cristianismo da Igreja Primitiva." (página 30).

A Igreja Primitiva baseava então seu ensino e sua pregação em um evento e na proclamação de seu significado; isto não é diferente do que Jesus fazia, quando pregava: "Arrependam-se, pois o Reino de Deus está próximo!" (
Marcos 1:15); Jesus proclamava a vinda do Reino, isto é, um evento futuro; a única diferença entre a pregação de Jesus e a da Igreja era que, para Ele, o evento era futuro, enquanto para os Seus discípulos, era um evento que, em parte, já havia acontecido; no entanto, tanto um quanto outro baseavam-se na ocorrência de um evento. 

"O que desejamos observar é que Jesus, certamente, não se limitou ao anúncio de princípios morais permanentes; ele proclamou um evento vindouro, e não o fez sem dar alguma explicação sobre seu significado. Mas, quando ele deu essa explicação, não importa quão breve a explicação tenha sido, ele estava ultrapassando a linha que separa uma religião sem dogmas, ou mesmo uma religião dogmática que ensine princípios eternos, de uma que está enraizada no significado de fatos históricos específicos; ele estava estabelecendo um grande abismo entre si e o Liberalismo filosófico moderno que incorretamente se identifica com seu nome." (página 33).

A autoridade divina de Cristo

Uma outra maneira como Jesus fundamentava seu ensino está na proclamação de si mesmo como o Messias; embora esta afirmação de Jesus sobre si mesmo seja contestada pelo L. T., tal contestação não faz sentido, uma vez que os discípulos mantiveram esta proclamação a partir da constatação de Sua ressurreição; é no Sermão do Monte que temos o melhor exemplo disto, quando Jesus repetidamente diz: "Porém, eu digo a vocês."; esta não é a palavra de um simples profeta ou de um mestre apenas, mas de alguém que legisla com sua própria autoridade sobre o Reino de Deus.

Outro exemplo da proclamação de Jesus como Messias encontramos em 
Mateus 7:21 - 23; contra a apresentação dos falsos profetas dos sinais e maravilhas por eles realizados "em nome de Jesus", a condenação de Cristo é clara: "Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês que praticam o mal."; a condenação deles depende da palavra proferida por Cristo, coisa que nenhum profeta ou mestre poderia reivindicar, mas apenas o Messias.

"Quando Jesus disse: 'Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.', ele não estava falando como um filósofo que chama seus pupilos à sua escola, mas sim como aquele que possuía ricos depósitos da graça divina. Pelo menos isso os discípulos conheciam. Eles sabiam, em seus corações, que não tinham o direito de estar no Reino; sabiam que só Jesus podia conquistar sua entrada ali. Não tinham pleno conhecimento de como Jesus podia fazê-los filhos de Deus, mas sabiam que ele, e somente ele, era capaz de fazê-lo. Nesta confiança estava a esperança de toda a teologia dos credos cristãos." (página 38).

Respondendo à rejeição doutrinária

Contra a afirmação de que a Regra de Ouro do Sermão do Monte é tudo de que precisamos, Machen opõe a afirmação de que, se nem a Lei Mosaica pudemos cumprir, como atenderíamos aos requisitos de justiça expostos por Jesus no Sermão do Monte, requisitos que exigem um coração transformado, um novo nascimento? Tal padrão de justiça leva o pecador condenado ao pé da cruz.

No entanto, os teólogos liberais rejeitam a ênfase doutrinária advogando um retorno à fé simples dos homens da Galileia na pessoa de Jesus; mas a questão é que a pessoa de Cristo não está mais ao alcance de nossos olhos e ouvidos como estava aos dos discípulos; "Não estamos mais revivendo as vidas de Pedro, Tiago e João; estamos vivendo as nossas próprias vidas de novo, com nossos próprios problemas, nossa própria miséria e nosso próprio pecado. E ainda estamos procurando nosso próprio Salvador." (página 40).

E não foi a simples memória da pessoa de Jesus que arrancou os discípulos do medo, mas a mensagem de Sua ressurreição deu a eles e a nós um Salvador vivo! No entanto, ao sabermos que Jesus está vivo, como podemos receber seus benefícios, assim como receberam aqueles que estavam com Ele na Galileia? Esta é justamente a mensagem do Evangelho; ao sabermos do que Jesus fazia, descobrimos não somente que Jesus salvou aos outros, mas também salvou a nós. "Ele fez algo ainda maior por nós - ele morreu. Nossa terrível culpa, a condenação da lei de Deus, foi apagada por um ato da graça de Deus. Essa é a mensagem que traz Jesus para perto de nós, tornando-o mais do que somente um Salvador para as pessoas da Galileia de muito tempo atrás, mas o meu e o seu Salvador." (página 42). Assim, é o relato da morte e ressurreição de Jesus, junto com o seu significado, que "contém a profunda teologia da redenção por meio do sangue de Cristo. A doutrina cristã está nas próprias raízes da fé." (página 42).

O ataque do L. T., que parece concentrar-se nas sutis controvérsias teológicas dos séculos XVI e XVII, após a Reforma, parece sem grandes consequências aos olhos dos membros das igrejas; mas aí está um perigoso engano: "aquilo que se questiona na teologia da igreja também está na essência do Novo Testamento. No fim, o ataque não é ao século XVII, mas contra a Bíblia e ao próprio Jesus." (página 43). 

O ataque ao desenvolvimento teológico de 20 séculos de História Cristã é tão perigoso quanto ao ataque, em qualquer ramo da ciência, ao trabalho e às descobertas de gerações passadas; assim como não é possível fazer ciência hoje rejeitando o conhecimento acumulado ao longo dos séculos até o presente, da mesma forma é impossível pregarmos um Evangelho digno deste nome se rejeitarmos o longo e difícil trabalho teológico a longo dos séculos construído sobre as páginas do Novo Testamento; "o pregador liberal está rejeitando o homoousion do Credo de Niceia, assim como as simples palavras de Paulo: 'Que me amou e se entregou por mim'. Pois a palavra 'doutrina' não é usada da maneira mais específica, mas da maneira mais abrangente. O pregador liberal está, na verdade, rejeitando todo o fundamento do Cristianismo, que é uma religião fundamentada em fatos, e não em aspirações. Aqui se encontra a diferença real entre Liberalismo e Cristianismo: Liberalismo é totalmente imperativo, enquanto que o Cristianismo começa com um indicativo; o Liberalismo apela ao arbítrio do homem, enquanto o Cristianismo, em primeiro lugar, anuncia o ato gracioso de Deus." (página 44). 

Assim, em primeiro lugar, Machen afirma que é a proclamação das verdades bíblicas sobre Cristo que conduz o Homem à salvação e à libertação do pecado; meras considerações sobre princípios gerais sobre como as pessoas devem viver não fazem isso; o testemunho do Evangelho, de vidas realmente transformadas por esta mensagem, continua causando impacto como causava na sociedade palestina há 2.000 anos.

Em segundo lugar, Machen defende que é possível manter a comunhão entre cristãos, apesar de pequenas diferenças de opinião sobre pontos secundários de doutrina; assim, parte dos problemas dentro da igreja evangélica em geral não tinha sua origem em divergências doutrinárias entre cristãos, e sim no embate entre a comunidade cristã em geral e aqueles que negam o cristianismo com base no naturalismo.

"(...) o serviço cristão consiste, em primeiro lugar, na propagação de uma mensagem, e a comunhão cristã, especificamente, só existe entre aqueles para quem a mensagem tornou-se a própria base de toda a vida." (página 49).

Dessa forma, Machen propõe um exame dos ensinos do L.T., que comparados com as doutrinas fundamentais cristãs, revelará a oposição aberta entre os dois ensinos.

(*) MACHEN, John Greshan "Cristianismo e Liberalismo" - Shedd Publicações - tradução Caio Cesar Dias Peres - 1ª edição - 2012

https://www.clubedeautores.com.br/book/165560--Para_voce_que_AINDA_nao_conhece_a_Biblia#.WR99pOsrLIU

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Serie de estudios "Cristianismo y Liberalismo" - parte 3


por:
José Augusto de Oliveira Maia
21.04.2017


LA INTRODUCCIÓN DE NUESTRO ESTUDIO

Machen, el autor de nuestro libro(*), inicia la presentación del Liberalismo Teológico (LT) como un movimiento que, aunque se manifiesta de diversas maneras, tiene una raíz bien definida, que es el naturalismo, que en este contexto es definido como "la negación de cualquier intervención por parte del poder creador de Dios (...) en relación con el origen del cristianismo."; en otras palabras, de acuerdo con el LT, la fe cristiana conocida hasta mediados del siglo XIX no tiene su origen en Dios.

La aparición del LT, de acuerdo con Machen, esta vinculada a los cambios a lo largo del siglo XIX: los cambios en la mente y el espíritu humano, los principales avances tecnológicos y la fuerte industrialización de la economia; al mismo tiempo, las áreas del conocimiento humano también han sufrido cambios, sea en física y química, sea en la historia, en la psicología y en la sociología, todas influenciadas por el "orgullo de los logros científicos modernos". Como resultado de estos cambios, las creencias más antiguas de la humanidad comenzaron a ser cuestionadas, ya que su dependencia del pasado se ve negativamente.

Así, la fe cristiana aparece bajo un fuerte cuestionamiento, ya que su enseñanza se basa en la autoridad de textos antiguos, hace por lo menos 20 siglos; la pregunta que surge es: "¿una religión del siglo primero puede seguir existiendo ante la ciencia del siglo XX?". Recuerdemos que en siglo XXI, esta cuestión sigue siendo relevante.

Con el fin de responder a esta pregunta, algunos creen que es correcto separar la religión de la ciencia; sin embargo, Machen dice que esto es un error, y que la fe cristiana se basa en convicciones de naturaleza histórica y sobre todo puede ser estudiado de forma científica; en otras palabras, las declaraciones históricas que forman la base de la fe cristiana son susceptibles de investigación científica.


Así que, si hay una correlación entre la fe religiosa y la ciencia que puede ser saludable, sustrayendo las adiciones pseudocientíficas a la religión, el foco de la cuestión cambia, convertiendose en: "¿Cual es la relación entre el cristianismo y la cultura moderna? Puede el cristianismo mantenerse en una era científica?"


Tratando de responder a esta pregunta, el LT admite la posibilidad de oponerse las objeciones científicas a aspectos específicos de la doctrina cristiana, y a las doctrinas sobre la persona de Cristo y la rendención del Hombre del pecado con su morte y resurrección; y por lo tanto, el foco del LT son los principios religiosos de carácter general que, según los teólogos liberales, constituyen la "esencia del cristianismo".

Sin embargo, Machen critica este tipo de defensa de la fe cristiana hecha por los teólogos liberales; abandonando una a una las doctrinas fundamentales de la fe cristiana, con el fin de preservar la supuesta "esencia del cristianismo", lo que queda nos es el cristianismo, pero una religión totalmente diferente. Por lo tanto, la defensa liberal del cristianismo "renunció a todo lo que es peculiar al cristianismo, dejando sólo un tipo indefinido de aspiración religiosa ya presente en el mundo antes de que el cristianismo llegó a la escena. En un intento de eliminar del cristianismo todo lo que se puede cusetionar por la ciencia, sobornando al enemigo con las concesiones que más deseaba, el apologista liberal renunció lo que a principio estaba defendiendo. En esto, como en muchas otras áreas de la vida, vemos que las cosas que parecen ser más difíciles de defender son las que más vale a pena ser defendidas.".

Nuestro autor también denuncia, como consecuencia del liberalismo, las diminución de las artes a través de los avances tecnológicos a lo largo del siglo XX. "A pesar de la poderosa revolución que se ha producido en las condiciones externas de la vida, no hay gran poeta para celebrar el cambio."; en comparación con la producción artística y cultural del siglos anteriores, "También se han ido los grandes pintores, músicos y escultores."; sin embargo, según nuestro autor, este "es sólo una manifestación de un fenómeno mucho más amplio; sólo una instancia de la personalidad con estrechamiento que está teniendo lugar en el mundo moderno.". Esto, según él, ha llevado a la pérdida de la libertad individual en favor del avance del utilitarismo, que buscando desarrollar el bién común a la luz de lo que la maioría quiere, impone esta nocione del bien común a todos indiscriminadamente.

"Esta tendencia se puede ver especialmente en el campo de la educación. Se supone ahora que el objecto de la educación es producir una gran felicidad para el mayor número posible de personas. Pero la gran felicidad para el mayor número de personas, como más tarde si he podido percibir, se puede unicamente establecer por el deseo de la mayoría. Así, se dice, las idiosincrasias en la educación deben ser evitadas, y las opciones de las escuelas deben ser tomadas de las manos del individuo (los padres) y puestas en manos del Estado. Por lo tanto, el estado ejerce su autoridad a través de los instrumentos que tiene y, una vez que esto sucede, los niños son colocados bajo el poder de la psicología profesional, que no tienen la menor comprensión de los aspectos más dignos de la vida humana, y evitan que la comprensión se adquiere por aquellos que estan bajo su cuidado."

Como un ejemplo de lo que estaba ocurriendo en su tiempo, Machen cita una ley del estado de Oregon, en 1.922, "que requiere que todos los niños  estudien en las escuelas públicas. Escuelas cristianas y escuelas privadas, por lo menos en los años importantes de la educación primaria simplesmente deben dejar de existir. Si estas ideas actuales prevelecen, pronto se extenderá mucho más alla de las fronteras de un estado, significando así la destrucción de toda educación verdadera. Cuando se considera la mayoria de las escuelas públicas de los Estados Unidos con su materialismo, el desánimo de cualquier esfuerzo intelectual, y el aliento de peligrosas novedades pseudocientíficas de la psicología experimental, sólo si puede quedar horrorizado por la idea de una comunidad en la cual el individuo no puede escapar de un sistema destructor de las almas.".

Como conclusión de esta análisis de los efectos de lo modernismo materialista en el sistema educativo, Machen dice que "un sistema de educación pública que garantiza la educación gratuita para aquellos que lo deseen, es un notable beneficio logrado por los tiempos modernos; sin embargo, convirtiendose en un sistema monopolista, cambiase en un instrumento perfecto para la tirania que ya está siendo legada. La libertad de pensamiento fue rechazada por la Inquisición en la Edad Media, pero el método moderno es mucho más eficaz. Coloque las vidas de sus hijos en sus años de formación, a pesar de las convicciones de sus padres, en las manos de los profesionales designados por el Estado; después, las obligue a frecuentar las escuelas donde las más altas aspiraciones de la Humanidad son trituradas, y donde las mentes están infectadas con el materialismo actual, y verá lo difícil que es que mismo los vestigios de libertad sobrevivan."; hay que recordar que el autor escribió esto justo antes del ascenso del nazismo en la Alemania, y esta fue la opción que el regimén de Adolf Hitler hizo.

Trayendo esta situación en el campo de la espiritualidad e la religión, nuestro autor sostiene que "la religión no debe simplesmene ser aceptada caso sea moderna, y no debe ser condenada simplesmente caso sea vieja."; y demonstrando así los fallos de lo LT y los verdaderos principios y valores del cristianismo, y sus fundamentos, el autor nutre la esperanza de que "las personas pueden salir de los elementos débiles y empobrecidos, y caminar de regreso a la Gracia de Dios."; son estos pincipos y valores cristianos, junto con sus fundamentos,  que vamos a seguir desarrollando en el siguiente texto.




(*) MACHEN, John Greshan "Cristianismo y Liberalismo" - Shedd Publicaciones - traducción de Caio Cesar Dias Peres - 1ª edición - 2012 (Brasil)








domingo, 2 de abril de 2017

Série de estudos "Cristianismo e Liberalismo" - 3ª parte


por:
José Augusto de Oliveira Maia
29.03.2017



INTRODUZINDO NOSSO ESTUDO

Machen, o autor de nosso livro(*), inicia a apresentação do Liberalismo Teológico (LT) como um movimento que, apesar de manifestar-se de diversas formas, possui uma raiz bem definida, que é o naturalismo, neste contexto definido como "a negação de qualquer intervenção do poder criativo de Deus (...) em conexão com a origem do Cristianismo" (página 10); em outras palavras, de acordo com o LT, a fé cristã conhecida até meados do século XIX não tem sua origem em Deus.

O surgimento do LT, segundo Machen, está atrelado às mudanças ocorridas ao longo do século XIX: mudanças na mente e no espírito humanos, grandes avanços tecnológicos e forte industrialização da economia; ao mesmo tempo, as áreas do conhecimento humano também passaram por transformações, seja na física e na química, seja na história, na psicologia e na sociologia, todas influenciadas pelo "orgulho moderno da conquista científica" (página 11). Como resultado destas transformações, as mais antigas convicções da Humanidade passaram a ser questionadas, pois sua dependência do passado é vista de forma negativa.

Assim, a fé cristã aparece sob forte questionamento, uma vez que seu ensino é baseado na autoridade de textos antigos, de no mínimo 20 séculos atrás; a pergunta que se faz é: "será que uma religião do século I pode continuar existindo diante da ciência do século XX?" (página 12). Vale lembrar que, em pleno século XXI, esta questão continua sendo relevante.

A fim de responder a esta pergunta, alguns acreditam ser correto separar a religião da ciência; no entanto, Machen afirma que isso é um erro, uma vez que a fé cristã baseia-se em convicções especialmente de cunho histórico, podendo ser estudadas de forma científica; em outras palavras, as afirmações históricas que formam a base da fé cristã são passíveis de investigação científica.


Portanto, se há uma correlação entre ciência e fé religiosa que possa ser saudável, subtraindo-se da religião acréscimos pseudocientíficos, o foco da questão muda, passando a ser: "Qual a relação entre o cristianismo e a cultura moderna? O cristianismo pode manter-se numa era científica?" (página 12).


Tentando responder a esta questão, o LT admite a possibilidade de opor objeções científicas a aspectos específicos da doutrina cristã, como as doutrinas sobre a pessoa de Cristo e sobre a redenção do Homem pecador através de Sua morte e ressurreição; e assim, o foco do LT são princípios religiosos gerais que, segundo os teólogos liberais, constituem a "essência do cristianismo" (página 13).


No entanto, Machen critica este tipo de defesa da fé cristã feita pelos teólogos liberais, pois ao abandonarem uma por uma as doutrinas cristãs fundamentais, a fim de preservar  uma suposta "essência do cristianismo", o que sobra não é o cristianismo, mas sim uma religião totalmente diferente; assim, a defesa liberal do cristianismo "renunciou a tudo o que é peculiar ao cristianismo, deixando somente aquele tipo indefinido de aspiração religiosa já presente no mundo antes de o cristianismo entrar em cena. Na tentativa de remover do cristianismo tudo o que poderia ser questionado pela ciência, subornando o inimigo com as concessões que ele mais desejava, o apologista abandonou aquilo que, no começo, estava defendendo. Nisso, como em muitas outras áreas da vida, vê-se que as coisas que parecem ser mais difíceis de defender são as que mais valem a pena ser defendidas." (página 14).


Nosso autor também denuncia, como consequência do liberalismo, o declínio das artes frente ao avanço tecnológico ocorrido ao longo do século XIX; "Apesar da poderosa revolução que tem sido produzida nas condições externas da vida, não há nenhum grande poeta para celebrar a mudança." (página 15); comparada com a produção artística e cultural dos séculos anteriores, "Também já se foram os grandes pintores, músicos e escultores." (página 15); no entanto, segundo nosso autor, isto "é só uma manifestação de um fenômeno muito mais abrangente; só uma instância do estreitamento do âmbito da personalidade que está ocorrendo no mundo moderno." (página 16). Isso, de acordo com ele, tem levado à perda da liberdade individual em prol do avanço do utilitarismo, que buscando desenvolver o bem comum à luz do que uma maioria deseja, impõe esta noção de bem comum indiscriminadamente a todos.


"Essa tendência pode ser percebida, especialmente, na área da educação. Assume-se agora que o objeto da educação é a produção da grande felicidade para o maior número possível. Mas a grande felicidade para o maior número, como se perceberá mais tarde, só pode ser definida pelo desejo da maioria. Portanto, diz-se, as idiossincrasias na educação devem ser evitadas, e as escolhas das escolas tomadas das mãos do indivíduo (os pais) e entregues nas mãos do Estado. Dessa forma, o Estado exerce sua autoridade por meio dos instrumentos que tem e, uma vez que isso aconteça, as crianças são colocadas debaixo do poder dos profissionais da psicologia, os quais não têm o menor entendimento dos âmbitos mais dignos da vida humana, e previnem que o entendimento seja adquirido por aqueles que estão sob seus cuidados." (página 16).


Como exemplo do que estava ocorrendo em sua época, Machen cita uma lei do estado do Oregon, de 1.922, "obrigando que todas as crianças estudem em escolas públicas. Escolas cristãs e escolas privadas, pelo menos nos importantes anos do Ensino Elementar, simplesmente devem deixar de existir. Se essas ideias atuais prevalecerem, logo mais isso se estenderá para muito além das fronteiras de um estado, significando assim a destruição de toda a educação verdadeira. Quando se considera a maioria das escolas públicas dos Estados Unidos com seu materialismo, desencorajamento de qualquer esforço intelectual, e encorajamento de perigosas novidades pseudocientíficas de psicologia experimental, só é possível ficar horrorizado com a ideia de uma comunidade na qual não se pode escapar de um sistema aniquilador de almas." (páginas 17,18).


Concluindo esta análise dos efeitos do modernismo materialista sobre o sistema educacional, Machen diz que "Um sistema público de educação, que garanta educação gratuita para aqueles que o querem, é um benefício notável alcançado pelos tempos modernos; no entanto, ao se tornar monopolístico, transforma-se em instrumento perfeito para a tirania que já está sendo legada. A liberdade de pensamento foi combatida pela Inquisição na Idade Média, mas o método moderno é muito mais efetivo. Coloque a vida de seus filhos, em seus anos de formação, apesar das convicções de seus pais, nas mãos de profissionais designados pelo Estado; force-os então a frequentar escolas cujas aspirações mais elevadas da Humanidade são esmagadas, e onde as mentes são infectadas com o materialismo atual, e você verá quão difícil será que mesmo resquícios de liberdade sobrevivam." (página 19); devemos lembrar que o autor escreveu isto pouco antes da ascensão do nazismo na Alemanha, e foi esta a opção que o regime de Adolf Hitler fez.


Trazendo esta situação ao campo da espiritualidade e da religião, nosso autor defende que "uma religião não deveria ser aceita simplesmente por ser moderna, e nem condenada simplesmente por ser antiga." (página 19); e assim, demonstrando as falhas do LT e os verdadeiros princípios e valores do cristianismo, e no que eles se fundamentam, o autor nutre a esperança que "as pessoas possam ser levadas a deixar os elementos fracos e empobrecidos, e caminhar novamente para a Graça de Deus." (página 20); são estes princípios e valores cristãos, juntamente com seu fundamento, que continuaremos desenvolvendo no próximo texto.



(*) MACHEN, John Greshan "Cristianismo e Liberalismo" - Shedd Publicações - tradução Caio Cesar Dias Peres - 1ª edição - 2012

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sábado, 25 de março de 2017

Serie de estudios "Cristianismo y Liberalismo" - parte 2



por:
José Augusto de Oliveira Maia
25.03.2017


Como hemos visto en el estudio anterior, el Liberalismo Teológico evolucionó a partir del antropocentrismo ilustrado, que centró sus esperanzas en el Hombre para una sociedad y un mundo mejores, al tiempo que rechazó los principios fundamentales de la Palabra de Dios y el Evangelio, como la soberanía de Dios, la autoridad de la Escritura, la pecaminosidad del Hombre y el juicio escatológico de Dios sobre la Humanidad rebelde.

Contra las enseñanzas del Liberalismo Teológico surgieron defensores de la ortodoxia doctrinal cristiana, incluyendo Archibald Alexander Hodge, Benjamin B. Warfield y John Greshan Machen, que enfatizaban la autoridad de las Escrituras y las doctrinas básicas del Evangelio. 

QUIÉN FUE JOHN GRESHAN MACHEN?

Nacido en 1.881, nuestro autor era un miembro de la Iglesia Presbieriana y teólogo del Seminario de Princeton, donde desobligóse en 1.929, en desacuerdo con la dirección liberal que el seminario había adoptado; en el mismo año, junto con otros teólogos ortodoxos, fundó el Seminario Westminster en Filadelfia, EE. UU.; en 1.933, fundó la Junta Independente de Missiones Prebiterianas, y en 1.936, la Iglesia Presbieriana Ortodoxa, junto con Carl McIntire (1.906 - 2.002).

En sus obras, Machen sustentó las doctrinas fundamentales del Evangelio; destacanse "Las orígenes de la religión de Pablo" (1.921), "Nacimiento virginal de Cristo" (1.930) y "Cristianismo y Liberalismo" (1.925).

Es en "Cristianismo y Liberalismo" (*), en el que Machen defiende la ortodoxia cristiana contra el Liberalismo Teológico, que basaremos nuestros estudios a partir del próximo texto. 


(*) MACHEN, John Greshan "Cristianismo y Liberalismo" - Shedd Publicaciones - traducción de Caio Cesar Dias Peres - 1ª edición - 2012 (Brasil)

sábado, 11 de março de 2017

Série de estudos "Cristianismo e Liberalismo" - 2ª parte



por:
José Augusto de Oliveira Maia
11/03/2017



Como vimos no estudo anterior, o Liberalismo Teológico evoluiu a partir do antropocentrismo iluminista, que centralizava no Homem as esperanças de uma sociedade e de um mundo melhor, ao mesmo tempo em que rejeitava princípios fundamentais da Palavra de Deus e do Evangelho, como a soberania de Deus, a autoridade das Escrituras, a pecaminosidade do Homem e o julgamento escatológico de Deus sobre a Humanidade rebelde.

Contra os ensinos do Liberalismo Teológico levantaram-se defensores da ortodoxia doutrinária cristã, entre eles Archibald Alexander Hodge, Benjamin B. Warfield e John Greshan Machen, enfatizando a autoridade das Escrituras e as doutrinas fundamentais do Evangelho.

QUEM FOI JOHN GRESHAN MACHEN?

Nascido em 1.881, nosso autor era membro da Igreja Presbiteriana e teólogo do Seminário de Princeton, do qual se desligou em 1.929, discordando da orientação liberal que o seminário adotara; no mesmo ano, junto com outros teólogos ortodoxos fundou o Seminário de Westminster, na Filadélfia, EUA; em 1.933, fundou a Junta Independente de Missões Presbiterianas, e em 1.936, a Igreja Presbiteriana Ortodoxa, junto com Carl McIntitre (1.906 - 2.002).

Em suas obras, Machen defendeu as doutrinas fundamentais do Evangelho; destacam-se "Origens da Religião de Paulo" (1.921) e "Nascimento Virginal de Cristo" (1.930), além de "Cristianismo e Liberalismo"(*) (1.925).

É em "Cristianismo e Liberalismo", no qual Machen defende a ortodoxia cristã contra o Liberalismo Teológico, que basearemos nossos estudos a partir do próximo texto.

(*) MACHEN, John Greshan "Cristianismo e Liberalismo" - Shedd Publicações - tradução Caio Cesar Dias Peres - 1ª edição - 2012

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